Acordo Histórico – Toyota e Sindicato Firmam Pacote Recorde de Demissão Voluntária

Desfecho de Meses de Negociações Tensas

Após semanas de intensas negociações e greves que paralisaram temporariamente a produção, a Toyota e o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região finalmente chegaram a um acordo histórico sobre o plano de demissão voluntária (PDV) para os funcionários da fábrica de Indaiatuba. Este desfecho representa um marco significativo, encerrando meses de impasse e estabelecendo condições sem precedentes para os trabalhadores afetados pela transferência das operações para Sorocaba.

O pacote de benefícios acordado ultrapassa as obrigações legais e é considerado o mais generoso já visto no setor automotivo brasileiro. Essa conquista é resultado direto da determinação dos funcionários e da atuação incisiva do sindicato, que lutaram incansavelmente por melhores condições durante as negociações.

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Detalhes do Pacote de Demissão Voluntária Recorde

Compensação Financeira Substancial

O cerne do acordo reside no aumento substancial da compensação financeira oferecida pela Toyota. Inicialmente, a montadora havia proposto um pacote com 30 salários nominais mais um por ano trabalhado. No entanto, após intensas discussões, o valor final acordado chegou a 45 salários mais dois por ano de serviço prestado à empresa.

Essa conquista representa um aumento significativo em relação à proposta inicial e supera até mesmo a recomendação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que sugeria o pagamento de 40 salários. Essa vitória é particularmente notável quando comparada a pacotes oferecidos por outras montadoras, como a General Motors, que enfrentou demissões em massa em São José dos Campos e São Caetano do Sul no ano passado.

Benefícios Adicionais e Estabilidade Prolongada

Além da compensação financeira substancial, o acordo contempla uma série de benefícios adicionais para os funcionários que optarem pelo PDV ou pela transferência para Sorocaba.

– Transferência para Sorocaba: Quem desejar mudar de fábrica receberá dois salários e um adicional de R$ 15 mil, além de estabilidade de emprego garantida até junho de 2029.

– Prazo de Arrependimento: Os funcionários realocados em Sorocaba terão um prazo de arrependimento de até sete meses, com direito ao mesmo pacote de benefícios, descontando-se os valores recebidos na transferência.

– Benefícios Estendidos: A estabilidade de emprego de todos os trabalhadores da Toyota será estendida até julho de 2026, e o convênio médico e cartão-cesta serão garantidos por 36 meses a partir da data de demissão (anteriormente, eram 12 meses para o plano de saúde).

– Previdência Privada e PLR: O plano de previdência privada Toyota Previ poderá ser resgatado, desde que o valor não ultrapasse R$ 50 mil. Além disso, a Participação de Lucros e Resultado (PLR) de 2024 chegará a R$ 21 mil, paga em duas parcelas.

Cronograma de Transferência e Desmobilização

O acordo também estabelece um cronograma detalhado para a transferência de produção e funcionários, bem como janelas específicas para a adesão ao PDV. As datas previstas para a saída dos trabalhadores que optarem pelo plano são setembro de 2024, março e setembro de 2025, e março e julho de 2026, coincidindo com as etapas de transferência da produção.

A desmobilização completa da planta de Indaiatuba está programada para ocorrer entre setembro de 2025 e julho de 2026, encerrando assim um capítulo importante na história da Toyota no Brasil.

Investimentos Bilionários e Expansão em Sorocaba

Plano de Investimentos de R$ 11 Bilhões

O acordo entre a Toyota e o sindicato ocorre no contexto do plano de investimentos de R$ 11 bilhões anunciado pela montadora em março. Esse investimento massivo visa centralizar a produção de veículos em Sorocaba, incluindo o lançamento de dois novos modelos híbridos.

Com essa expansão, a unidade de Sorocaba deverá chegar a 2,8 mil trabalhadores, um aumento significativo em relação aos atuais níveis de operação. Estima-se que o projeto gerará cerca de 2 mil novos empregos na região, impulsionando a economia local e reforçando o compromisso da Toyota com o mercado brasileiro.

Encerramento de Atividades em Indaiatuba

A fábrica de Indaiatuba, atualmente responsável pela produção do sedã Corolla e de componentes para outros modelos, será a segunda unidade da Toyota a encerrar suas atividades no Brasil. A primeira foi a planta de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, que cessou suas operações em 2022.

Apesar do fechamento iminente, a Toyota ressalta que a negociação do PDV e da transferência de funcionários foi conduzida de forma transparente e com ampla antecedência, visando amenizar o impacto social dessa medida.

Impasse e Tensões Precedentes

Greves e Paralisações

O caminho para o acordo final foi marcado por tensões e impasses significativos. Em abril, o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região organizou greves que paralisaram a produção em Indaiatuba, não apenas afetando a fabricação local do Corolla, mas também interrompendo temporariamente os trabalhos na unidade de Sorocaba e na linha de produção de motores em Porto Feliz.

Essas paralisações foram uma resposta às propostas iniciais da Toyota, consideradas insuficientes pelos trabalhadores. Após a retomada do trabalho, os funcionários continuaram a realizar paralisações em turnos, intensificando a pressão sobre a montadora.

Disputa Judicial sobre Transferência de Maquinário

Durante a greve, a Toyota removeu maquinários de um setor de Indaiatuba por meio de uma empresa terceirizada, desencadeando uma disputa judicial. O sindicato obteve inicialmente uma liminar do TRT proibindo a transferên

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