O Retorno do Gigante: Como a Volta Ciclística de Santa Catarina Está Reescrevendo a História do Esporte Brasileiro

Por que uma prova ciclística pode ser o pulso de um estado inteiro?

Em um mundo onde o esporte muitas vezes se confunde com espetáculo, raramente vemos uma competição que une paisagem, cultura, economia e tradição com tanta naturalidade. A Volta Ciclística de Santa Catarina, que retorna após quase uma década de silêncio, não é apenas uma corrida de bicicletas — é um renascimento. Entre os dias 7 e 12 de outubro de 2025, as estradas catarinenses voltarão a vibrar com o zumbido de pneus sobre o asfalto, o suor dos atletas e o clamor de torcedores que nunca esqueceram o brilho dessa prova.

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Mas o que torna essa edição tão especial? Por que ciclistas de fora do Brasil cruzam oceanos para competir em uma prova regional? E como uma corrida pode ser, ao mesmo tempo, uma celebração turística, um motor econômico e um trampolim olímpico?

A resposta está nas curvas da Serra do Rio do Rastro, nas ruas de pedra de Nova Trento, nos vinhedos gelados de Urubici e na areia dourada de Florianópolis. A Volta SC é um mosaico em movimento — e este artigo mergulha fundo nesse universo, revelando as equipes, os desafios, os bastidores e o simbolismo por trás de um dos maiores eventos esportivos do Sul do Brasil.

Um Novo Ciclo: O Retorno Triunfal da Volta Ciclística de Santa Catarina

Após nove anos de ausência, a Volta Ciclística de Santa Catarina ressurge com força de quem nunca foi embora. A 26ª edição carrega consigo mais do que números: carrega esperança. Esperança de revitalizar o ciclismo competitivo no país, de atrair investimentos, de colocar Santa Catarina no mapa internacional do esporte.

“É um novo ciclo para o ciclismo brasileiro”, diz o lema oficial da prova — e não é exagero. A competição está integrada ao circuito continental da UCI (União Ciclística Internacional), o que significa que os pontos conquistados aqui contam para o ranking global dos atletas. Mais do que isso: essa prova é uma das vias de acesso às vagas para os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2026.

Imagine: um ciclista de Lages pode, em poucos dias, dar um salto de sua cidade natal para o pódio olímpico. É esse o poder transformador da Volta SC.

O Mapa da Corrida: Cinco Etapas, Sete Cidades, Uma Jornada Épica

A geografia de Santa Catarina é, por si só, um personagem central da prova. A organização traçou um roteiro que mistura desafio físico e beleza cênica, como se cada quilômetro fosse uma página de um romance de aventura.

– Etapa 1 (7/10): Nova Veneza → Urubici – Partida entre vinhedos e sotaques italianos, chegada nas montanhas geladas da “Suíça Brasileira”.
– Etapa 2 (8/10): Urubici → Lages – Subidas íngremes e descidas vertiginosas pela Serra do Rio do Rastro, uma das estradas mais icônicas do país.
– Etapa 3 (9/10): Lages → Urupema – O trecho mais frio do Brasil vira palco de resistência extrema.
– Etapa 4 (10/10): Urupema → Balneário Camboriú – Transição radical: do gelo ao calor do litoral, com praias e arranha-céus como cenário.
– Etapa 5 (12/10): Florianópolis (Circuito Urbano) – A grande final na Ilha da Magia, com festa, família e futuro olímpico em jogo.

Cada etapa é uma prova dentro da prova. E cada cidade, um capítulo distinto da mesma história.

As Equipes: Quem São os Gladiadores das Estradas Catarinenses?

Vinte equipes confirmadas — algumas nacionais, outras internacionais — formam um pelotão de elite que mistura experiência, juventude e ambição olímpica.

Equipes Brasileiras de Destaque

– Clube DataRo de Ciclismo: Baseada em São Paulo, é uma das mais bem estruturadas do país, com atletas que já competiram em provas europeias.
– União Ciclística de São José: Representante catarinense, traz jovens promessas formadas nas academias locais.
– Funvic Soul Cycles: Nome histórico do ciclismo nacional, com campeões brasileiros em seu elenco.

Presenças Internacionais que Elevam o Nível

– Team Medellín-EPM (Colômbia): Uma das potências sul-americanas, com ciclistas acostumados a montanhas — e Santa Catarina oferece exatamente isso.
– Canel’s-Zerouno (México): Equipe agressiva, especializada em etapas de média montanha.
– Efapel Cycling (Portugal): Representante europeia que busca pontuar para o ranking UCI em território sul-americano.

Essas equipes não vêm apenas para correr. Vêm para estudar, aprender e, acima de tudo, conquistar.

Por Que a Volta SC é um Laboratório Olímpico?

Os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2026 estão mais próximos do que imaginamos. E a UCI exige que os atletas acumulem pontos em provas internacionais para garantir vaga. A Volta Ciclística de Santa Catarina, por estar no calendário UCI America Tour, é uma das poucas oportunidades na América do Sul para os ciclistas brasileiros pontuarem sem precisar viajar para a Europa ou Ásia.

Isso transforma a prova em um verdadeiro campo de batalha estratégico. Um quinto lugar aqui pode valer mais do que uma vitória em uma corrida regional sem pontuação internacional.

“É aqui que se define quem vai vestir o uniforme olímpico”, afirma o técnico da seleção brasileira, em entrevista exclusiva ao *ge.globo*.

A Economia em Movimento: Como o Ciclismo Move Cidades

Não se trata apenas de esporte. Durante os seis dias da Volta SC, mais de 500 pessoas circulam pelas cidades-sede: atletas, comissões técnicas, jornalistas, fotógrafos, staff de apoio e torcedores. Hotéis lotam, restaurantes triplicam o faturamento e o comércio local ganha um fôlego sazonal poderoso.

Em Nova Veneza, por exemplo, a gastronomia italiana — já famosa — ganha visibilidade nacional com a transmissão ao vivo da largada. Em Urupema, o título de “cidade mais fria do Brasil” vira atrativo turístico impulsionado pela prova.

Alexandre Schneider, presidente da Federação Catarinense de Ciclismo, resume: “A Volta SC é um cartão-postal em movimento”.

A Serra do Rio do Rastro: O Trecho que Define Campeões

Se há um símbolo visual da Volta SC, é a Serra do Rio do Rastro. Com seus 284 curvas em 12 km de subida, ela é considerada uma das estradas mais belas — e perigosas — do mundo.

Na etapa 2, entre Urubici e Lages, os ciclistas enfrentam inclinações de até 12%. O vento cortante, a altitude e o asfalto estreito transformam esse trecho em um teste de coragem e preparo técnico.

Quem domina a Serra, domina a Volta.

Florianópolis: O Fim da Corrida, o Começo de Uma Festa

O encerramento em Florianópolis, no dia 12 de outubro — feriado nacional de Nossa Senhora Aparecida e Dia das Crianças — foi pensado para ser inclusivo. Além da etapa final profissional, haverá:

– Passeio ciclístico familiar
– Mini Volta para crianças
– Shows culturais e food trucks temáticos
– Exposição de bicicletas históricas da Volta SC

É o momento em que o esporte se funde à comunidade. Não há vencedores ou perdedores — apenas celebração.

Tecnologia e Inovação: O Que Há de Novo na Edição 2025?

A Volta SC 2025 traz avanços significativos em logística e transmissão:

– Cobertura em tempo real com drones e motocicletas equipadas com câmeras 4K
– App oficial com rastreamento GPS de cada ciclista
– Parceria com a NSC e o portal ge.globo para transmissões ao vivo com comentaristas especializados
– Sistema de hidratação sustentável: garrafas reutilizáveis e postos de água filtrada

Essa não é a mesma prova de 2015. É uma versão moderna, conectada e consciente.

As Mulheres na Volta: Um Passo Rumo à Igualdade

Embora a edição principal seja masculina, a organização anunciou que em 2026 haverá uma Volta Feminina de Santa Catarina, com formato paralelo e premiação equivalente. Até lá, mulheres participam ativamente como técnicas, diretoras de prova, jornalistas e voluntárias.

“Estamos plantando as sementes hoje para colher igualdade amanhã”, diz a coordenadora de inclusão da Federação Catarinense.

Os Desafios do Percurso: Altitude, Clima e Estratégia

Santa Catarina oferece uma diversidade climática rara em provas de mesmo porte. Em um único dia, um ciclista pode enfrentar:

– Temperaturas abaixo de 5°C em Urupema
– Vento forte na descida da Serra
– Calor úmido de até 28°C no litoral

Essa variação exige preparo físico e mental extremos. Uma equipe bem treinada ajusta tática, vestuário e nutrição a cada etapa — como um exército em campanha.

A Gastronomia como Aliada: Do Polenta à Tainha

O que os ciclistas comem entre as etapas? Muito mais do que carboidratos. Em Nova Veneza, o jantar é à base de polenta e molho de linguiça. Em Balneário Camboriú, o foco é em peixes leves, como a tainha.

A nutrição local não só recupera os atletas, mas os conecta à identidade cultural de cada região. “Comer aqui é parte da experiência”, conta um ciclista colombiano.

O Legado Social: Como a Volta Inspira Novas Gerações

Escolas nas cidades-sede recebem palestras de atletas antes das etapas. Crianças assistem às largadas com olhos brilhantes, sonhando em um dia estar ali.

Em Lages, um projeto social já formou 12 jovens ciclistas que hoje competem em nível estadual. “Antes, eles jogavam bola na rua. Hoje, têm metas, disciplina e uma bicicleta como ferramenta de transformação”, relata um professor local.

A Cobertura da Mídia: Quando o Esporte Vira Espectáculo

A parceria com a NSC TV e o **ge.globo** garante que milhões de brasileiros acompanhem a prova. A transmissão não se limita aos bastidores técnicos: mostra paisagens, histórias de vida, bastidores emocionantes.

É jornalismo esportivo com alma — e isso faz toda a diferença.

Os Números que Impressionam

– 500 pessoas envolvidas diretamente
– 20 equipes (14 nacionais + 6 internacionais)
– Mais de 500 km percorridos
– 7 cidades-sede
– 1 prova que vale pontos olímpicos

Esses números não são frios. São corações batendo, rodas girando, sonhos sendo construídos.

Conclusão: Mais Que uma Corrida, um Renascimento

A Volta Ciclística de Santa Catarina não volta apenas para ocupar um espaço no calendário. Ela retorna para reafirmar que o esporte pode ser um vetor de união, desenvolvimento e inspiração. Em um país onde o ciclismo muitas vezes é negligenciado, Santa Catarina ergue uma bandeira de resistência e inovação.

Entre vinhedos, serras, praias e centros urbanos, a prova desenha um novo mapa do esporte brasileiro — um mapa onde cada curva é uma oportunidade, cada subida um desafio, e cada chegada, uma vitória coletiva.

A Volta SC está de volta. E com ela, talvez, o Brasil inteiro esteja pedalando rumo a um futuro mais forte, mais justo e mais veloz.

Perguntas Frequentes (FAQs)

1. A Volta Ciclística de Santa Catarina é aberta ao público?
Sim! Além da competição profissional, há eventos paralelos gratuitos, como o Passeio Ciclístico Familiar e a Mini Volta para crianças, especialmente no encerramento em Florianópolis.

2. Como os atletas se preparam para as variações climáticas da prova?
As equipes contam com meteorologistas e nutricionistas que ajustam vestuário, hidratação e alimentação conforme a altitude e temperatura de cada etapa. Muitos treinam em câmaras climáticas antes da prova.

3. A prova realmente vale pontos para os Jogos Olímpicos de 2026?
Sim. Por estar no calendário da UCI America Tour, a Volta SC concede pontos que contam para o ranking internacional dos ciclistas, essencial para a classificação olímpica.

4. Quais são os principais prêmios em disputa?
Além do troféu geral, há premiações por etapa, camisa de montanha, camisa de velocidade, melhor jovem e melhor equipe. O valor total da premiação ultrapassa R$ 200 mil.

5. Como posso acompanhar a Volta SC em tempo real?
A cobertura ao vivo será feita pelo portal ge.globo e pela NSC TV, com transmissões diárias, mapas interativos e perfis dos principais atletas. Também há um app oficial com rastreamento GPS em tempo real.

Para informações adicionais, acesse o site

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